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Greve de moderadores de música termina com demissão em massa pelo Google

GY

O Google enfrenta uma nova polêmica envolvendo seus trabalhadores terceirizados, que são responsáveis por moderar o conteúdo do YouTube Music, o serviço de streaming de música da empresa. Segundo o sindicato que representa os contratados, o Google encerrou o contrato de cerca de 50 moderadores que entraram em greve em fevereiro de 2023, reivindicando melhores salários, benefícios e condições de trabalho.

Os moderadores, que eram contratados pela Cognizant, uma empresa terceirizada pelo Google, trabalhavam em um escritório em Austin, Texas, e tinham a função de revisar e aprovar o conteúdo musical enviado pelos usuários e pelos artistas para o YouTube Music. Eles também eram responsáveis por identificar e remover conteúdos que violassem as políticas do YouTube, como músicas com discurso de ódio, violência, pornografia, pirataria, etc.

No entanto, os moderadores alegam que sofriam com baixos salários, falta de benefícios, metas abusivas, pressão constante, falta de treinamento, falta de suporte psicológico e exposição a conteúdos traumáticos, que afetavam sua saúde mental e física. Eles também afirmam que eram discriminados e assediados por serem em sua maioria latinos, negros e LGBTQIA+.

Por isso, em fevereiro de 2023, os moderadores decidiram entrar em greve, exigindo que o Google e a Cognizant reconhecessem seus direitos trabalhistas, aumentassem seus salários, oferecessem benefícios como plano de saúde, férias e licença-maternidade, melhorassem as condições de trabalho, reduzissem as metas, fornecessem treinamento adequado, dessem suporte psicológico e combatessem o racismo, a homofobia e o machismo no ambiente de trabalho.

A greve, que contou com o apoio do Alphabet Workers Union-CWA, o sindicato dos trabalhadores do Google, durou mais de dois meses, e foi uma das maiores e mais longas da história da empresa. Durante esse período, os moderadores realizaram protestos, manifestos, petições e campanhas nas redes sociais, denunciando a situação precária em que viviam e cobrando uma resposta do Google e da Cognizant.

No entanto, em vez de atender às reivindicações dos grevistas, o Google optou por encerrar o contrato com a Cognizant e demitir todos os moderadores que participaram da greve, sem aviso prévio, sem pagamento de rescisão e sem direito a seguro-desemprego. O Google também teria substituído os moderadores humanos por um sistema de inteligência artificial, que seria capaz de fazer o mesmo trabalho de forma mais rápida, barata e eficiente.

O sindicato dos contratados criticou a decisão do Google, classificando-a como uma retaliação injusta e ilegal, que viola os direitos dos trabalhadores e a legislação trabalhista. O sindicato também questionou a eficácia e a ética do sistema de inteligência artificial, que poderia cometer erros, censurar conteúdos legítimos ou permitir conteúdos nocivos. O sindicato disse que vai tomar medidas legais contra o Google e a Cognizant, e que vai continuar lutando pelos direitos dos trabalhadores terceirizados.

O Google, por sua vez, negou as acusações do sindicato, e disse que o corte do contrato com a Cognizant foi uma decisão estratégica, que visa melhorar a qualidade e a segurança do conteúdo do YouTube Music. O Google também disse que o sistema de inteligência artificial é confiável e transparente, e que respeita as políticas do YouTube e a liberdade de expressão dos usuários e dos artistas. O Google ainda disse que valoriza e reconhece o trabalho dos moderadores, e que ofereceu a eles uma assistência financeira e uma orientação profissional.

A Cognizant, por sua vez, disse que apenas cumpriu o contrato com o Google, e que não teve nenhuma influência sobre a decisão de encerrar o contrato ou de demitir os moderadores. A Cognizant também disse que pagou aos moderadores de acordo com o mercado, e que forneceu a eles todos os benefícios e recursos necessários para o desempenho de suas funções. A Cognizant ainda disse que lamenta a situação dos moderadores, e que está à disposição para ajudá-los no que for possível.

O caso dos moderadores do YouTube Music é mais um exemplo da precarização e da exploração dos trabalhadores terceirizados do Google, que representam mais da metade da força de trabalho da empresa, mas que recebem salários menores, têm menos benefícios, sofrem mais pressão e discriminação, e têm menos voz e poder do que os funcionários diretos. O caso também levanta questões sobre o uso e o impacto da inteligência artificial na moderação de conteúdo, que pode afetar a qualidade, a diversidade e a liberdade de expressão na internet.

 

 

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Vitor Virtuoso Mendes
FenryrFrost
Sou um nerd violinista, completamente apaixonado por games e contos de terror!