Tardígrados na Lua: como os animais que resistem a tudo podem ajudar a explorar o espaço
Tardígrados são animais microscópicos, com menos de um milímetro de comprimento, que possuem oito patas e um corpo cilíndrico. Eles são considerados os animais mais resistentes do mundo, pois podem sobreviver a condições extremas, como altas e baixas temperaturas, pressão, radiação, desidratação e até mesmo ao vácuo do espaço. Eles são capazes de entrar em um estado de animação suspensa, chamado de criptobiose, no qual reduzem seu metabolismo e perdem quase toda a água do corpo, podendo ser reanimados depois de anos ou décadas.
Em 2019, uma sonda espacial israelense chamada Beresheet, que tinha como objetivo ser a primeira espaçonave privada a pousar na Lua, sofreu um acidente e se chocou contra a superfície lunar. Entre a carga da sonda, havia uma "biblioteca lunar", que continha um arquivo digital da história e da cultura humanas, além de amostras de DNA e de tardígrados desidratados. A biblioteca era um projeto da Arch Mission Foundation, uma organização sem fins lucrativos que visa preservar o conhecimento e a vida da Terra em diversos locais do espaço.
O acidente da sonda levantou a questão: o que aconteceu com os tardígrados que estavam na biblioteca lunar? Eles poderiam ter sobrevivido ao impacto e à exposição ao ambiente hostil da Lua? Eles poderiam se reproduzir e colonizar a Lua? Eles poderiam representar um risco de contaminação para a vida extraterrestre? Essas são algumas das perguntas que os cientistas estão tentando responder, com base nas evidências disponíveis e nas características dos tardígrados.
A resposta mais provável é que os tardígrados estejam mortos ou em um estado de criptobiose profunda, sem possibilidade de retorno. Isso porque, para que os tardígrados possam se reanimar, eles precisam de água, que é escassa na Lua. Além disso, eles precisam de oxigênio, que também é ausente na atmosfera lunar. Eles também precisam de alimento, que é inexistente na superfície lunar. Eles também precisam de proteção contra a radiação solar e cósmica, que é intensa na Lua. Eles também precisam de parceiros para se reproduzir, o que é improvável que encontrem na Lua. Portanto, mesmo que os tardígrados tenham resistido ao impacto da sonda, eles não teriam condições de sobreviver ou se multiplicar na Lua.
No entanto, isso não significa que os tardígrados sejam irrelevantes para a exploração espacial. Pelo contrário, eles podem ser usados como modelos para estudar os efeitos do espaço na vida, e para desenvolver novas tecnologias e estratégias de proteção e adaptação. Eles também podem servir como indicadores de vida em outros planetas ou luas, caso sejam encontrados em ambientes mais favoráveis. Eles também podem inspirar novas formas de vida artificial, baseadas em suas propriedades únicas.
Tardígrados na Lua são um exemplo de como a vida na Terra pode se espalhar pelo espaço, intencionalmente ou acidentalmente, e de como isso pode gerar desafios e oportunidades para a ciência e a sociedade. É preciso ter cuidado e responsabilidade ao enviar seres vivos para o espaço, para evitar impactos negativos na biodiversidade e na ética. Mas também é preciso ter curiosidade e criatividade para aproveitar as potencialidades da vida no espaço, para ampliar o conhecimento e a cultura.
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