[Review: Bruno Castelar] Deathbound: Primeiras impressões do soulslike brasileiro que tem muito potencial
Deathbound me trouxe boas impressões e definitivamente entra no meu radar em jogos soulslike que eu pretendo adquirir em algum momento.
O jogo do estúdio brasileiro Trialforge será publicado pela Tate Multimedia e chega dia 8 de agosto aos consoles Series X/S / PS5 e PC . Nesta prévia optei por focar mais nas impressões sobre o combate e a exploração que creio serem pináculos mais importantes de um jogo desse calibre. A lore é rica mas quero deixar isso para uma review mais completa. No gênero soulslike há uma corrida imaginária em atingir os feitos que a From Software conquistou durante os anos mas, pro nosso alívio aqui há personalidade de sobra e uma preocupação maior em cativar os jogadores com ideias próprias DENTRO do contexto de um jogo souls.
O jogo nos conta uma trama lotada de mistério, política e religião na região conhecida como Ziêminal. Basicamente, começamos o jogo sem muitas explicações e somos tragados por um conflito generalizado entre a igreja da morte e o culto da vida, conflito esse que trouxe desolação a região. A seção em que a demonstração nos coloca parece ser um estádio de um esporte distópico, mistura de futebol com lutas até a morte. Dentre os caminhos e atalhos que encontrei o foco em usar os 4 personagens para sobreviver as diferentes provações foi de longe a parte mais divertida.
Os 4 guerreiros (dentre eles o capoeirista Mamdille) tem habilidades próprias que podem ser coletadas em formato de memórias espalhadas pelos tortuosos cenários. Isso da um peso bacana aos mais esforçados e traz mais diversificação. Outra coisa que gostei é o sistema de níveis ser baseado em árvore de habilidades. Cada personagem tem seu ponto forte e ver isso traduzido nos seus efeitos. Se você evoluir a árvore de Lucia por exemplo, uma lanceira rápida, espere por um aumento na sua velocidade geral e habilidades de esquiva. O guerreiro da igreja da morte te privilegia com mais dano físico e fortitude ao resistir a ataques inimigos dentre outros fatores focados justamente nas diferentes abordagens para classes já conhecidas para fãs dos rpgs de ação.
Outro fator viciante do jogo foram as boas idéias aplicadas no sistema de combate. Há um buff e debuff nos guerreiros caso você utilize duas facções diferentes juntas . Se você combinar por exemplo um membro da facção da morte com a da vida pode gerar efeitos que vão desde 30% de perda de velocidade a 20% mais dano. O golpe especial apertando o botão de ataque, sincronizado com a troca de um personagem gera efeitos devastadores.
A bossfight do jogo me agradou por sua dificuldade. O segredo não é só atacar , mas atacar na janela de tempo correta. Morri algumas vezes como se espera de uma luta assim mas no geral a recompensa pela vitória é o que nos faz acabar voltando para esses jogos e isso Deathbound me entregou nessa demo de 2 horas e 40 minutos.
Graficamente o jogo me impressionou. Logicamente, não há o glamour das grandes produções mas aqui não tive problemas de fps e os sets, armaduras e armas estão grotescamente muito bons. Se possível, a única coisa que de fato eu mudaria são os olhos dos personagens sem máscara que nunca se fecham. Única crítica minha nesse quesito.
Adorei também a introdução em arte que lembra muito HQ's. A dublagem em inglês está ótima e o tom dos personagens me agradou bastante. Do capoeirista com forte sotaque africano ao guerreiro brutal que transpassa seriedade , a qualidade técnica e esforço do estúdio me conquistaram.
Sabemos da dificuldade que o mercado de videogames traz para produtores pequenos. Sabemos ainda mais a ousadia desses pequenos estúdios ainda mais em obras como essa que são focadas no público viciado em adrenalina e singleplayers. Com certeza, Deathbound merece sua atenção e carinho. Espero em agosto, retornar para mais aventuras nesse mundo distópico e conhecer mais da cidade de Akratya.
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Bruno Castelar
PSN: Sr-SuaMae
Fã de videogames. Joga no Playstation mas cresceu jogando em todas as plataformas possíveis. Indies são tão bons quanto AAA, Resident Evil 4 Remake é meu GOTY pessoal de 2023. Jogo de tudo um pouco a exceção RPG's de turno.