A história de Yasuke e a hipocrisia da indústria de Games

A máscara da autenticidade: Racismo disfarçado de historiador

Yasuke

O lançamento de Assassin's Creed Shadows foi marcado por uma controvérsia desproporcional e injustificada. A decisão de incluir Yasuke, um samurai africano histórico, como um dos protagonistas principais, gerou uma onda de reações negativas, muitas delas baseadas em preconceitos e falta de conhecimento histórico.

A Ubisoft, em vez de ignorar as críticas infundadas, optou por emitir uma declaração, explicando suas escolhas criativas. No entanto, essa decisão, ao invés de silenciar os detratores, acabou por legitimar argumentos baseados em racismo e intolerância.

A figura histórica de Yasuke, um samurai africano que serviu ao poderoso senhor da guerra Oda Nobunaga, é um exemplo fascinante da complexidade e diversidade do Japão feudal. Ao incluir Yasuke como protagonista, a Ubisoft não apenas enriqueceu a narrativa, mas também desafiou estereótipos e abriu espaço para novas perspectivas.

A decisão de incluir elementos fantásticos e tomar liberdades criativas com a história é uma marca registrada da série Assassin's Creed. Desde os primeiros jogos, a franquia sempre mesclou fatos históricos com ficção, criando narrativas envolventes e imersivas. No entanto, a inclusão de um protagonista negro parece ter incomodado uma parcela da comunidade, que parece mais preocupada em defender uma visão romantizada e estereotipada do passado do que em apreciar a riqueza e a complexidade da história.

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É curioso notar como os mesmos críticos que se insurgem contra a presença de Yasuke parecem ignorar as inúmeras licenças poéticas que a série já tomou ao longo dos anos. A representação de deuses egípcios como seres vivos em Assassin's Creed Origins e a presença de elementos fantásticos em outros jogos da série parecem não incomodar tanto quanto a inclusão de um personagem negro.

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A verdade é que a busca por uma representação histórica "pura" em jogos como Assassin's Creed é uma falácia. A história é um campo complexo e cheio de nuances, e as fontes históricas são frequentemente incompletas e contraditórias. Os jogos são obras de ficção, e como tal, têm o direito de reinterpretar e reimaginar o passado.

A representação de minorias em jogos é fundamental para criar experiências mais ricas e autênticas. Ao incluir personagens de diferentes origens e culturas, os desenvolvedores demonstram respeito pela diversidade e ajudam a combater preconceitos. A inclusão de Yasuke em Assassin's Creed Shadows é um passo importante nessa direção, e é lamentável que tenha sido recebida com tanta hostilidade.

A controvérsia em torno de Assassin's Creed Shadows revela um problema mais profundo na comunidade gamer: a resistência à mudança e a dificuldade em aceitar perspectivas diferentes. É fundamental que a indústria de jogos continue a lutar por mais diversidade e inclusão, e que os jogadores estejam abertos a novas experiências e a desafiar seus próprios preconceitos.

A Ubisoft tomou a decisão correta ao incluir Yasuke como protagonista. Ao fazer isso, a empresa demonstrou coragem e compromisso com a diversidade. É hora de celebrar essa conquista e de exigir que a indústria dos jogos continue a evoluir e a se tornar mais inclusiva.


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Vitor Virtuoso Mendes
FenryrFrost
Sou um nerd violinista, completamente apaixonado por games e contos de terror!