Como o exercício, álcool e drogas podem mudar seu cérebro para o bem ou para o mal
Você já se perguntou por que algumas pessoas se tornam dependentes de substâncias como álcool, tabaco, cocaína ou heroína, enquanto outras conseguem usá-las sem problemas? A resposta está no seu cérebro. O vício é uma doença crônica e complexa que afeta a forma como o seu cérebro processa as recompensas e os impulsos.
O que são recompensas e como elas funcionam no cérebro?
Recompensas são estímulos que nos fazem sentir bem e nos motivam a repetir certos comportamentos. Por exemplo, quando você come algo gostoso, bebe água quando está com sede ou recebe um elogio, você sente prazer e satisfação. Isso acontece porque o seu cérebro libera uma substância química chamada dopamina, que ativa um circuito neural chamado sistema de recompensa. Esse sistema é responsável por regular as emoções, o aprendizado, a memória e a motivação.
O sistema de recompensa é essencial para a nossa sobrevivência, pois nos ajuda a buscar e obter recursos necessários para a nossa vida, como comida, água, sexo e afeto. No entanto, esse sistema também pode ser enganado por substâncias que imitam ou aumentam os efeitos da dopamina no cérebro. Essas substâncias são chamadas de drogas de abuso e incluem álcool, nicotina, cafeína, maconha, cocaína, heroína, entre outras.
Quando você usa uma droga de abuso, você sente um prazer intenso e imediato, muito maior do que o provocado por recompensas naturais. Isso faz com que o seu cérebro associe a droga à recompensa e crie uma memória positiva dessa experiência. Com o tempo, essa memória se torna mais forte e mais difícil de esquecer. Além disso, o seu cérebro se adapta à presença da droga e reduz a sua sensibilidade à dopamina. Isso significa que você precisa de doses cada vez maiores da droga para obter o mesmo efeito e que as recompensas naturais perdem o seu valor. Esse processo é chamado de tolerância.
A tolerância leva à dependência, que é a perda de controle sobre o uso da droga. A pessoa dependente sente uma necessidade compulsiva de usar a droga, mesmo sabendo dos seus efeitos negativos para a sua saúde, sua família e sua vida social. A pessoa também sofre de abstinência, que é um conjunto de sintomas físicos e psicológicos que ocorrem quando ela tenta parar ou reduzir o uso da droga. A abstinência pode incluir ansiedade, depressão, irritabilidade, insônia, náusea, tremores, alucinações e convulsões.
Como o exercício pode prevenir ou tratar o vício?
O exercício físico é uma forma natural e saudável de estimular o sistema de recompensa do cérebro. Quando você se exercita, você libera endorfinas, que são substâncias químicas que produzem sensações de bem-estar e alívio da dor. Você também libera serotonina, que é outra substância química que regula o humor, o sono e o apetite. Esses neurotransmissores podem ajudar a reduzir os sintomas de abstinência e a melhorar a autoestima e a confiança da pessoa em recuperação.
Além disso, o exercício físico pode promover mudanças estruturais e funcionais no cérebro que favorecem a recuperação do vício. O exercício aumenta a neurogênese, que é a formação de novos neurônios no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na memória e na aprendizagem. O exercício também aumenta a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e se reorganizar em resposta às experiências. Esses processos podem ajudar a reverter os danos causados pelas drogas no cérebro e a criar novas conexões neurais que reforcem comportamentos saudáveis.
O exercício físico também pode oferecer benefícios sociais e psicológicos para as pessoas em recuperação do vício. O exercício pode ser uma forma de ocupar o tempo livre, de se distrair dos pensamentos e dos gatilhos relacionados à droga, de se sentir útil e produtivo, de fazer novas amizades e de participar de atividades em grupo. O exercício também pode ser uma fonte de prazer, de desafio, de superação e de recompensa.
Qual é a melhor forma de se exercitar para prevenir ou tratar o vício?
Não existe uma receita única ou uma fórmula mágica para se exercitar para prevenir ou tratar o vício. O mais importante é escolher uma atividade física que você goste, que seja adequada ao seu nível de condicionamento e que seja compatível com os seus objetivos e com a sua rotina. Você pode optar por atividades aeróbicas, como caminhar, correr, nadar, pedalar ou dançar, que melhoram a sua capacidade cardiorrespiratória e a sua circulação sanguínea. Você também pode optar por atividades anaeróbicas, como musculação, pilates ou ioga, que fortalecem os seus músculos e os seus ossos. Você ainda pode combinar as duas modalidades para obter benefícios variados.
A recomendação geral é que você se exercite pelo menos três vezes por semana, por cerca de 30 minutos cada sessão, com uma intensidade moderada a vigorosa. No entanto, você pode ajustar essa frequência, duração e intensidade de acordo com as suas necessidades e preferências. O mais importante é que você se sinta bem e motivado com o seu exercício.
Lembre-se de que o exercício físico é uma ferramenta poderosa para prevenir ou tratar o vício, mas não é a única. Você também deve procurar apoio profissional, familiar e social para lidar com os aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais do vício. O exercício físico pode ser um aliado nesse processo, mas não substitui o tratamento especializado.
O vício é uma doença crônica e complexa que afeta o cérebro e compromete a capacidade da pessoa de controlar o uso de substâncias como álcool e drogas. O vício é causado por uma interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos que alteram o sistema de recompensa do cérebro. O exercício físico é uma forma natural e saudável de estimular esse sistema e promover mudanças positivas no cérebro que favorecem a recuperação do vício. O exercício físico também pode oferecer benefícios sociais e psicológicos para as pessoas em recuperação do vício. O exercício físico deve ser praticado regularmente e de forma prazerosa, respeitando as limitações e as preferências de cada um. O exercício físico é uma ferramenta poderosa para prevenir ou tratar o vício, mas não substitui o tratamento especializado.
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